A obesidade infantil é uma das maiores preocupações de saúde pública do século 21. O número de crianças acima do peso tem aumentado rapidamente nos últimos anos, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, trazendo impactos diretos para a saúde e qualidade de vida de milhares de famílias.

O que é obesidade infantil?

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo que coloca a saúde em risco.

No caso das crianças, o diagnóstico é feito a partir de tabelas específicas de Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com idade e sexo.

Em termos simples: se a criança está com IMC acima do percentil 95 para a idade, já é considerada obesa. 

Para os menores de 2 anos, usam-se as tabelas de peso e comprimento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Um ponto importante é que, em muitos casos, a obesidade na infância persiste na vida adulta, aumentando o risco de doenças crônicas. Por isso, identificar cedo faz toda a diferença.

Principais causas da obesidade infantil

A obesidade em crianças pode ter múltiplas origens. Entre as mais comuns, estão:

Fatores comportamentais

Fatores familiares e ambientais

Fatores genéticos

Outras condições

Em alguns casos menos frequentes, a obesidade pode estar ligada a problemas hormonais (como alterações da tireoide), uso de certos medicamentos ou síndromes genéticas.

VEJA TAMBÉM| Como construir hábitos saudáveis desde a infância

Consequências da obesidade infantil

A obesidade infantil afeta tanto o corpo quanto o bem-estar emocional da criança.

Saúde física

Saúde emocional e social

Como identificar a obesidade infantil?

O diagnóstico deve ser feito por profissionais de saúde, mas alguns sinais podem ser observados pelos pais:

Além da avaliação clínica, médicos podem solicitar exames de sangue (colesterol, glicose, função hepática) e outros testes para verificar possíveis complicações.

Tratamento da obesidade infantil

O tratamento é multidisciplinar e precisa envolver toda a família. A base sempre está em mudanças no estilo de vida.

Hábitos alimentares

Atividade física

Sono e tempo de tela

VEJA TAMBÉM| Como a obesidade afeta o coração

Apoio médico

Quando as mudanças de hábitos em casa não são suficientes, o acompanhamento médico especializado torna-se fundamental.

O pediatra é o primeiro profissional a avaliar a situação e, conforme a necessidade, pode encaminhar a criança para outros especialistas:

Em situações mais graves, nas quais a obesidade já provocou complicações importantes, medicamentos podem ser usados de forma controlada e apenas quando recomendados por especialistas, como um apoio temporário.

Como prevenir a obesidade infantil?

A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de combater a obesidade infantil. Pequenas mudanças de hábito, aplicadas desde cedo, podem ter grande impacto ao longo da vida da criança:

Cuidar da saúde infantil é um compromisso coletivo. Quanto mais cedo começamos a incentivar bons hábitos, maiores são as chances de evitar que o sobrepeso e a obesidade avancem para a vida adulta.

A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) atua na gestão de hospitais e unidades de saúde em todo o Brasil, oferecendo suporte a programas e projetos que fortalecem a promoção da saúde, incluindo ações voltadas à nutrição e ao cuidado integral com crianças e adolescentes.

Acesse o site da SPDM e conheça mais sobre nossas iniciativas para apoiar famílias e comunidades na construção de um futuro mais saudável.

Perguntas frequentes

1. Como saber se meu filho está acima do peso?

O diagnóstico é feito por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) ajustado para idade e sexo. O pediatra avalia a curva de crescimento e pode solicitar exames complementares se houver sinais de risco.

2. Quais são os primeiros sinais de obesidade em crianças?

Ganhar peso de forma acelerada, ter pouco interesse por atividades físicas, apresentar cansaço fácil e alterações na pele (como manchas escuras em dobras) podem ser indícios de sobrepeso ou obesidade.

3. Dietas restritivas funcionam para crianças?

Não. Crianças estão em fase de crescimento e precisam de nutrientes variados. O ideal é reeducação alimentar com apoio de nutricionista, evitando cortar grupos de alimentos de forma radical.

4. A obesidade infantil pode trazer consequências ainda na infância?

Sim. Além de problemas emocionais, como baixa autoestima e bullying, podem surgir complicações de saúde como diabetes tipo 2, pressão alta, alterações hormonais e dificuldades respiratórias.

5. É possível prevenir a obesidade infantil?

Sim. Incentivar uma alimentação saudável desde cedo, limitar o tempo de tela, estimular brincadeiras e esportes e criar uma rotina familiar equilibrada são medidas que reduzem bastante o risco.

Fontes Consultadas

  1. KARNIK, Sameera; KANEKAR, Amar. Childhood Obesity: A Global Public Health Crisis. International Journal of Preventive Medicine, East Stroudsburg, PA, EUA, v. 3, n. 1, p. 1-7, jan. 2012. DOI: 10.4103/2231-0770.93331. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3278864/.

  2. SINHA, Susmita et al. Childhood Obesity: A Narrative Review. Cureus, Dhaka, BGD, v. 17, n. 4, e82233, abr. 2025. DOI: 10.7759/cureus.82233. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11995813/.

  3. KAR, Subhranshu Sekhar; DUBE, Rajani; KAR, Sitanshu Sekhar. Childhood obesity-an insight into preventive strategies. Avicenna Journal of Medicine, Ras Al-khaimah, Emirados Árabes Unidos, v. 4, n. 4, p. 88-93, out.-dez. 2014. DOI: 10.4103/2231-0770.140653. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4183902/.

  4. BARTON, Matthias. Childhood obesity: a life-long health risk. Pediatric Research, Zürich, Suíça, v. 33, n. 2, p. 189-193, fev. 2012. DOI: 10.1038/aps.2011.204. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4010330/.

  5. SAHOO, Krushnapriya et al. Childhood obesity: causes and consequences. Journal of Family Medicine and Primary Care, Nova Delhi, Índia, v. 4, n. 2, p. 187-192, abr.-jun. 2015. DOI: 10.4103/2249-4863.154628. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4408699/.

  6. DALEY, Sharon F.; BALASUNDARAM, Palanikumar. Obesity in Pediatric Patients. In: STATPEARLS [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing, 2025. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK570626/.
  7. JEBEILE, Hiba et al. Obesity in children and adolescents: epidemiology, causes, assessment, and management. Lancet Diabetes & Endocrinology, Sydney, NSW, Austrália, v. 10, n. 5, p. 351-365, mar. 2022. DOI: 10.1016/S2213-8587(22)00047-X. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9831747/ .